Linguagem neutra na tradução: é possível e viável?

A linguagem neutra é uma pauta que está sendo cada vez mais discutida. O surgimento de uma forma de fala e de escrita sem demarcações de gênero veio para atender a necessidade de parte da população que, por diversos motivos, não se sentem confortáveis com essa distinção.

Com esse tema chegando a cada vez mais lugares de discussão, foi questão de tempo para surgirem as dúvidas sobre como essa demandas influenciam na tradução dos mais diversos tipos de mídia. Ao pensar sobre o assunto não é difícil de começar a questionar se esse recurso é viável para outras línguas, qual a maneira certa de traduzir textos com linguagem inclusiva e muito mais.

Sempre trazemos conteúdos sobre globalização e é por isso que trouxemos esse tema no post de hoje!

Afinal, o que é linguagem neutra?

A linguagem neutra é uma forma de se comunicar – seja pela escrita ou na oralidade – sem usar palavras que determinem o gênero do sujeito da oração. Essa mudança pode ser motivada por várias razões, como inclusão de pessoas trans, pautas contra o machismo ou outras formas de não identificação com o padrão binário já estabelecido.

Imagem de fundo branco com um notebook do lado direito mostrando uma imagem de igualdade sexual

Apesar de ainda não estar inclusa na norma-culta da língua, essa maneira de se comunicação vem ganhando cada vez mais adeptos. Isso porque existe uma grande identificação e muitas pessoas que se incomodam com o fato de sempre ter uma distinção entre masculino e feminino, ou por ser usado pronomes masculinos quando tratamos de um grande grupo.

Dessa forma, há algumas pessoas que fazem isso trocando palavras de sentido singular pela seu coletivo, como substituir “o diretor” por “diretoria”, assim não se referindo diretamente ao indivíduo com algum artigo que marque seu gênero.

No entanto, também existem pessoas que não acreditam que essa maneira ainda é efetiva, e prefere substituir as partículas “a” e “o”, responsáveis por fazer essa distinção na maioria das vezes, por uma outra letra ou símbolo. Assim, temos como “aluna” tornam-se “alune” ou “alun@”.

Um dos argumentos de quem é contra essa modificação é que essa linguagem não é aplicável, ou que dificultaria o aprendizado, a utilização e até a transposição para outros idioma. Mas, será que isso é verdade?

É possível aplicar a linguagem inclusiva na tradução?

Sim, é possível – e, em alguns casos, nada difícil! Um idioma é vivo e muda conforme os costumes e necessidades de uma época, portanto essa aderência a linguagem inclusiva não é um barreira tão a ser transposta para o processo de modificação de língua. Basta fazer as adaptações necessárias tomando cuidado para manter o mesmo sentido e voilà, está feito.

Imagem de fundo branco com um notebook mostrando o símbolo masculino e feminino para representar a linguagem inclusiva

Nós entendemos que essa preocupação na aplicação desse tipo de dialeto se dá, entre outras questões, porque o português é uma língua que tem muitas marcações de gênero. É fácil perceber que em nosso idioma existe essa distinção entre masculino e feminino na maioria das palavras que referem-se diretamente a alguém e parece uma tarefa muito difícil eliminar essas designações.

No entanto, não podemos que esquecer que não são em todos os idiomas que as regras gramaticais se comportam assim.

Voltando no exemplo que já demos, na palavra “aluno” existe essa opção para o masculino e “aluna” para o feminino. O mesmo termo em inglês seria apenas “the student” ou em espanhol “estudiante” independentemente do gênero a que está se referindo. Assim, já dá para ver que essa nova forma de estruturar as sentenças é sim possível de ser feita mesmo na tradução de alguma mídia.

É preciso saber, também, que nem todas as vezes será viável usar uma palavra 100% neutra, então o certo é recorrer a tática de se referir ao todo, ao coletivo, deixando implícito que está falando com pessoas de todos os gêneros – ou as que não se identificam com nenhum deles. Nesse casos, se desejar fugir do uso do masculino como demarcador de grupo, busque palavras que expressem a coletividade mas usem pronomes femininos – essa mudança já faz uma grande diferença para muitas pessoas!

De fato, qualquer pessoa poder fazer essas pequenas substituições no dia a dia, seja na sua língua natal ou durante uma conversa em outro idioma, a fim de promover uma comunicação inclusiva e que respeite as identidades múltiplas que existem. Mas essas substituições ficam mais difíceis quando são para documentos ou para arquivos de trabalho, pois são tarefas que exigem mais fidelidade ao conteúdo original. E é nesse momento que os tradutores profissionais entram em ação para resolver o problema!

Importância de um profissional em traduções com linguagem neutra

O aumento do debate sobre linguagem neutra hoje está em diversos espaços, isso faz surgir demandas muito específicas, principalmente para traduções e nessas horas contar com a ajuda de um profissional é indispensável. Afinal, uma pessoa que apenas é fluente, mas não especializado nesse ramo, poderia ter mais dificuldades e acabar cometendo algum erro por falta de conhecimento de algumas equivalências ou até se confundindo com um falso cognato.

Imagem de fundo branco com um notebook à direita mostrando balões com letras

Utilizando uma tradução técnica, por exemplo, o profissional fará as substituições necessárias e encontrará os termos corretos para cumprir a exigência gramatical do outro idioma e deixando também de demarcar o gênero na frase.

Além de ter capacitação para tal tarefa, esses especialistas conhecem a fundo o vocabulário de setores que nem sempre são aprendidos em uma educação bilíngue comum, assim possuem maiores recursos para fazer as mudanças sem alterar o sentido de nada.

Se o caso for ainda mais específico, de uma tradução de um documento em que deseje aplicar a linguagem inclusiva, será necessário ainda utilizar um tradutor juramentado para que esse arquivo tenha validade legal mesmo em outro idioma. Portanto, a importância de contratar um profissional desse ramo vai muito além das questões gramaticais, adentrando o campo judiciário.

Para suprir essas necessidades do mercado é que existem empresas especializadas na tradução de diferentes mídias, eventos e documentos oficiais. Dessa maneira, é simples encontrar profissionais qualificados em uma variedade de idiomas e que irão te ajudar caso deseje utilizar a linguagem inclusiva em algum material.

Todas essas discussões sobre linguagem neutra são novas, mas nem por isso são menos importantes – e é por isso que estão ganhando força por todo o mundo. Caso queira aprender mais sobre comunicação, linguagem e tradução, continue acompanhando semanalmente o blog da Easy TS.

Estamos sempre conectados com o que há de mais atual nessas áreas, trazendo conteúdos que ajudam desde pessoas que querem descobrir mais sobre outro idioma, intercambistas e também o setor empresarial que precisa (e muito) de transposição de idioma para uma série de processos. Descubra mais sobre os serviços de tradução e até a próxima!

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Bruno Pereira

Bruno Pereira

Formado na área de TI com cursos direcionados a atendimento ao cliente, gerenciamento de processos e otimização de recursos, possui mais de 5 anos de experiência no mercado de traduções ajudando pessoas e empresas a falarem o mesmo idioma. É o atual CEO da Easy Translation Services.

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