A profissão do tradutor ainda vive cercada de mitos e até mesmo preconceitos que precisam ser desmistificados para entendermos melhor o que é a tradução e todas as suas dimensões. Neste post discutimos mais de perto uma série de aspectos sobre essa atividade.
O que é a tradução?
Definir o que é tradução envolve um conjunto de competências que são desenvolvidas de formas sincronizada para oferecer uma experiência comunicativa de qualidade.
Podemos dizer que traduzir é, essencialmente, uma atividade comunicativa. E como tal, ela vive nos domínios da língua, servindo-se dos mais diferentes aspectos e conceitos desse campo tão vasto.
Afinal, a comunicação certamente é o processo mais complexo e multifacetado do ser humano, e como ele é mobilizada não somente a estrutura gramatical entre diferentes línguas, mas um grupo de funções afetivas, metafóricas, criativas e de design.
Em muitos ambientes onde a tradução é discutida, costuma-se fazer uma distinção entre tradução e versão, sendo a primeira a transformação de um material de uma língua estrangeira para a língua materna e versão, por sua vez, a transformação de um material em língua materna para uma língua estrangeira. Abaixo, resumimos os conceitos para te ajudar a entendê-los:
- Tradução: Língua estrangeira > Língua materna;
- Versão: Língua materna > Língua estrangeira.
Para fins de conveniência na discussão da categoria como um todo, vamos tratar ambos dentro do mesmo campo.
Os tipos de tradução
O que é tradução? Trata-se de um processo que permite a comunicação entre diferentes idiomas e culturas, convertendo não apenas palavras, mas também significados, contextos e intenções.
No entanto, nem toda tradução é igual – existem diferentes tipos, com finalidades, métodos e exigências específicas. Conhecer essas classificações é fundamental para escolher o serviço mais adequado de acordo com a necessidade.
A seguir, conheça os principais tipos de tradução:
Tradução simples
Também conhecida como tradução livre ou comum, é o tipo de tradução voltado para textos informativos e de uso cotidiano, que não exigem terminologia técnica nem valor legal.
Exemplos comuns incluem:
- E-mails;
- Cartas;
- Artigos de blogs;
- Apresentações institucionais;
- Conteúdos de websites informativos.
Nesse contexto, entender o que é tradução simples ajuda a compreender que, mesmo em textos não técnicos, é necessário bom domínio linguístico e sensibilidade cultural para transmitir a mensagem com clareza e naturalidade.
Tradução técnica
Ao falar sobre o que é tradução técnica, estamos nos referindo àquela aplicada a textos com conteúdo especializado, exigindo conhecimento aprofundado sobre determinada área do saber. Isso inclui áreas como engenharia, medicina, tecnologia, ciências exatas e direito.
Um exemplo muito comum de tradução técnica é a tradução jurídica, que envolve contratos, petições, leis, sentenças e outros documentos legais. Esse tipo de tradução exige precisão terminológica, estilo formal e conhecimento da linguagem jurídica do país de origem e destino.
Tradução juramentada
Ao compreender o que é tradução juramentada, entende-se que ela é a única com valor legal reconhecido oficialmente no Brasil. Essa modalidade só pode ser realizada por um tradutor público e intérprete comercial (TPIC), aprovado em concurso público e registrado em uma Junta Comercial.
Ela é obrigatória para diversos documentos oficiais, como:
- Diplomas e históricos escolares;
- Certidões (nascimento, casamento, óbito);
- Contratos internacionais;
- Documentos para imigração;
- Procurações e registros públicos.
A tradução juramentada tem validade jurídica e garante que o conteúdo original seja reconhecido por autoridades internacionais.
Tradução consecutiva
Um exemplo prático sobre o que é tradução em contextos orais é a tradução consecutiva, que ocorre em eventos, reuniões e palestras. O tradutor escuta o que foi dito e só então reproduz o conteúdo no outro idioma, enquanto o orador faz pausas.
Esse tipo de tradução é utilizado em:
- Entrevistas;
- Conferências técnicas;
- Negociações comerciais;
- Reuniões diplomáticas.
Vale destacar que essa modalidade de tradução exige do profissional boa memória, concentração e capacidade de síntese.
Tradução simultânea
A tradução simultânea é feita em tempo real, sem pausas no discurso original. Geralmente, é realizada com o auxílio de cabines e equipamentos de áudio, sendo comum em:
- Congressos internacionais;
- Seminários multilíngues;
- Eventos corporativos globais;
- Transmissões ao vivo.
Essa modalidade exige agilidade mental, fluência avançada e domínio técnico do tema abordado, sendo uma das mais desafiadoras formas de interpretação.
O que faz o tradutor?
Se você é um profissional da área, já deve ter se cansado de as pessoas insinuarem que traduzir é algo fácil do qual qualquer pessoa que tenha tido uma temporada no exterior seja capaz de fazer. Muita gente insinua isso… Pelo menos até precisarem fazer uma tradução. Neste momento, as pessoas conseguem vislumbrar as diversas demandas exigidas por esse profissional.
O tradutor assume para si uma grande responsabilidade como criador de pontes entre diferentes meios de comunicação, como livros, teses, documentos, materiais institucionais, comunicações simultâneas, obras audiovisuais, adaptações, manuais e tantas outras circunstâncias que demandem essa intermediação.
O tradutor desenvolve um trabalho cognitivo, criativo, artístico, técnico e afetivo, tudo para que a principal função comunicativa daquele material ou ocasião seja atingido da maneira como seus solicitantes necessitavam.
O tradutor tem grande responsabilidade em relação aos materiais com os quais opera. É o caso da tradução juramentada, por exemplo, em que o profissional versa e dá fé em documentos com valor legal.
Quais os conhecimentos necessários para ser um tradutor?
O ofício do tradutor envolve um conjunto de competências que vai muito além de buscar proporcionalidade entre significados.
Quem embarca nessa carreira precisa de muito mais do que experiência no exterior para ter excelência.
Isso porque há uma diferença muito grande entre os diferentes formatos de comunicação. Motivo pelo qual o tradutor precisa ter uma boa relação com os mais variados tipos de textos, publicações, ambientes profissionais e documentos.
A tradução conta com uma dimensão filosófica e metodológica bastante profunda. Basta observar que, desde os tempos modernos, é a linguagem que ocupa o centro de todas as grandes discussões filosóficas, especialmente desde o século XX, com filósofos do calibre de Wittigenstein, Foucault e Derrida.
Mais do que isso, a tradução envolve uma imersão cultural profunda, que seja capaz de apreender as nuances de uma língua e toda a cultura que se desenvolve ao redor dela.
Essa sensibilidade cultural e funcional da língua é o grande diferencial do bom tradutor, e em muitos momentos, pode ter mais impacto do que os próprios fatores gramaticais.
O tradutor precisa ser um bom leitor, bom ouvindo e bom comunicador. Ter muita desenvoltura e reflexos quando se trata da tradução simultânea e precisa ser alguém com uma verve artística, afinal, traduzir exige uma certa veia artística. O processo tradutório é uma arte e pode envolver categorias como a poesia, a prosa e o texto dramático.
Além de tudo isso, o tradutor precisa ser um bom pesquisador, capaz de fazer consultas efetivas, testar hipóteses, ser alguém com muitas conexões e materiais, altamente criativo e organizado para lidar com as diversas tecnologias que auxiliam seu trabalho somado à técnica e intuitividade.
Ao fim do dia, todas essas competências devem estar alinhadas para oferecer a melhor experiência ao público-alvo de seu trabalho, e é sempre pensando nele que o tradutor atua, para construir essas pontes de maneira funcional.
Esse papel desempenhado pelo profissional envolve mais do que objetividade. Cada tradução precisa ser capaz de criar conexão com seu público, ser útil, agradável e adequada para sua ocasião.
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A questão da tradução e das máquinas
Outra questão muito discutida é a da disputa dos tradutores com a máquina e recursos como o DeepL e Google Tradutor, além das discussões sobre o futuro dessas ferramentas.
Muito se especula sobre a obsolescência da profissão, o que é, de fato, mera especulação.
Uma coisa é fazer uma consulta semântica rápida, tirar uma dúvida ao ler um aviso ou precisar improvisar algo, e para isso, tais ferramentas servem muito bem inclusive aos tradutores, mas a máquina deixa faltar uma série de pontos críticos relativos à comunicação, isso porque ela age de forma programada.
Tanto é que qualquer profissional ou nativo de uma língua consegue perceber facilmente quando algo foi traduzido através de ferramentas dessa categoria.
A máquina não conta com tudo aquilo que discutimos anteriormente, como o tato cultural, a capacidade de se comunicar de forma humanizada, criando pontes e otimizando todas as funções comunicacionais.
Há décadas os tradutores dominam e ajudam na construção do chamado machine learning das ferramentas CAT (Computer-Assisted Translation ou Tradução Auxiliada pelo Computador), pois essa tecnologia transforma seu ofício em relação à precisão e oportunidades de atuação.
Nem mesmo no longo-médio prazo o tradutor cairia na obsolescência, visto que cada vez mais aumenta o volume de materiais internet à fora com demanda para versões em diferentes línguas e exigência de boa comunicabilidade, especialmente dentro do marketing, das relações internacionais de mercado e materiais acadêmicos.
A supervisão e o tato do tradutor como artesão da palavra sempre serão requeridos para conferir uma funcionalidade e humanização aos materiais.
E aqui na Easy trabalhamos com traduções profissionais e humanizadas, pautadas em princípios de qualidade, dinâmica e garantia de satisfação. Aqui em nosso blog você confere discussões importantes sobre o mundo da tradução, é só acompanhar nossa página para receber os melhores conteúdos!
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